35ª Bienal de São Paulo
6 set a 10 dez 2023
Entrada gratuita
A+
A-
35ª Bienal de
São Paulo
6 set a 10 dez
2023
Menu
Vista de obra de Emanoel Araujo durante a 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Emanoel Araujo

Emanoel Araujo foi um artista e curador brasileiro, conhecido por suas inúmeras contribuições para o fortalecimento da história e da arte afro-brasileira. De família de ourives, Araujo teve uma formação diversificada, aprendeu técnicas de marcenaria, o que o levou a apurar, dentre outros aspectos formais e estéticos, sua prática como gravurista e escultor.

Araujo iniciou sua carreira em Santo Amaro (BA) como tipógrafo e desenvolveu habilidades em gravura e escultura, explorando, ao longo de sua trajetória artística, a abstração geométrica. Como escultor, Araujo atentava à seleção dos materiais, incorporando elementos das culturas ameríndias, africanas e afro-brasileiras a suas obras. Suas esculturas frequentemente aludem a navios, a máscaras e a representações simbólicas da cosmogonia das religiões de matriz africana e afro-brasileira. 

Na obra exposta na 35ª Bienal, um monumental relevo, é possível constatar o modo como o artista constrói ritmo e movimento, criando peças que transmitem dinamismo visual e sensação de fluidez marcantes. A cor também desempenha um papel fundamental em seu trabalho; Araujo utilizava cores vibrantes e contrastantes que conferiam vitalidade e impacto a suas esculturas – características formais que ajudam a definir a estética e a identidade de seu trabalho. 

Embora o conceito de riscadura brasileira seja associado à obra do artista baiano Rubem Valentim, é possível notar reverberações desse conceito na obra de Araujo, conforme ele próprio assumia. Suas esculturas frequentemente abordam temas da cultura afro-brasileira, incorporando símbolos e motivos relacionados às tradições e à espiritualidade afrodescendentes. 

Além de sua atuação artística, Araujo atuou de modo relevante como curador e gestor cultural. Organizou exposições no Brasil e no exterior, exibindo obras de artistas africanos e afro-brasileiros, além de ter dirigido o Museu de Arte da Bahia, a Pinacoteca de São Paulo e ter fundado o Museu Afro Brasil. A dedicação de Araujo em promover a arte e a cultura afro-brasileira teve impacto significativo no reconhecimento e na valorização da herança africana nas cenas artísticas brasileira e internacional. Sua influência ajudou a moldar o cenário da arte contemporânea no Brasil e no exterior, tornando-o uma figura inspiradora e influente até hoje. 

horrana de kássia santoz

Emanoel Araujo (Santo Amaro da Purificação, BA, Brasil, 1940 – São Paulo, Brasil, 2022) foi escultor, gravurista e curador. Expôs em várias galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de cinquenta exposições individuais e mais de 150 coletivas. Dirigiu o Museu de Arte da Bahia (Salvador, Brasil), Pinacoteca de São Paulo e Museu Afro Brasil (São Paulo, Brasil).